A governação é a arte para uma sociedade de inventar e implementar a sua própria maneira de se gerir, para assegurar coesão e bem-estar no seu seio, segurança no exterior e um equilíbrio entre a sociedade e o seu ambiente.
Até agora, a África contentou-se apenas de reproduzir, na altura das independências, o modelo dos Estados coloniais. Seguiu as recomendações e injunções vindas do exterior, em função das tendências e exigências das potências tutelares ou das instituições internacionais. As suas instituições chamadas de “modernas”, frequentemente justapostas a modos de gestão tradicionais que ainda se perpetuam e permanecem.
Não se trata de idealizar o passado para pretender, a uma “excepção africana” no âmbito da governação que justificaria a ditadura, o nepotismo, o clanismo ou a violação dos direitos humanos. Mas cabe agora à África encontrar a própria via tirando o melhor proveito das suas tradições, revisitadas à luz dos desafios do século XXI, e o melhor da experiência internacional, interpretando-os livremente sem que lhe sejam impostas sob a forma de normas e condicionalidades.
Para elaborar um projeto africano de governação, a conferência irá abordar nove propostas, organizadas em torno de cinco grupos de trabalho: