Ateliê


Textos e documentos

Tradição e a modernidade um tema central da filosofia Africana pós-colonial

www.nhinet.org/ciaffa21-1.pdf

A relação entre a tradição e a modernidade tem sido um tema central da filosofia Africana pós-colonial. Enquanto estes filósofos africanos analisavam este tema a partir de vários ângulos, varias questões essenciais tornaram-se importantes pontos de debate e de discussão. Qual é a relevância das tradições africanas frente aos desafios da vida contemporânea? Será que estes padrões de reflexão e de comportamento constituem recursos e provisões úteis aos projectos de desenvolvimento e de modernização na África? O que exatamente se entende por “desenvolvimento” e “modernização” quando estas palavras dizem respeito aos países africanos?

Práticas jurídicas urbanas no Senegal: rupturas e reapropriação do direito latifundiário do Estado

droitcultures.revues.org/204

O artigo propõe de analisar os modos de reapropriação do Direito pelas populações no Senegal, focalizando-se no acesso às terras nas áreas urbanas, na cidade de St. Louis. A reapropriação dos códigos do direito urbanístico e da forma ordenar o espaço na cidade acompanha a recepçao do modelo jurídico francês. O processo de legitimação do modelo do Estado começou durante o período colonial, durante o qual os princípios da propriedade individual e exclusiva das terras também foram implementadas pelas autoridades coloniais. Enquanto as concepções tradicionais continuam a ter uma grande importância no acesso à terra, na cidade, as populações também usam a lei estatal para o reconhecimento dos seus direitos de ocupar as terras. Desta forma, o modelo jurídico do Estado senegalês está em concorrência com os modos tradicionais de acesso à terra.

pratiques_juridiques_urbaines_au_s_n_gal.pdf ()

Inclusão dos líderes tradicionais na governação moderna

base.afrique-gouvernance.net/fr/corpus_document/fiche-document-37.html

O autor convida Mali a estudar a experiência do Gana, que integrou os líderes tradicionais através da criação de câmaras de chefes tradicionais que operam desde o nível nacional ao nível regional e municipal. Estas estruturas coexistem com outras instâncias que resultam das eleições. Desta forma, se pode conciliar as diferentes legitimidades, pois as eleições multipartidárias são apenas uma das facetes da legitimidade política.

Análise antropológica do direito positivo de Togo, à luz das realidades socioculturais dos Tém do centro do Togo

base.afrique-gouvernance.net/fr/corpus_document/fiche-document-85.html

O Togo tal como os outros países africanos tem conhecido a transferência das instituições nomeadamente do direito de origem ocidental com o processo de aculturação jurídica que segue.

Com a introdução da ordem jurídica francesa, o Togo tem visto chegar novos padrões de valores. A família nuclear, a escrita, o cartesianismo na busca da verdade, uma justiça fria que decide e envia as partes sem se preocupar do que irá acontecer após o julgamento etc.

Mas o colonizador foi forçado a aceitar um dualismo transitório que devia levar os togoleses em direcção ao direito chamado moderno. O pluralismo jurídico e a diversidade dos estatutos legais nasceram com diversas reinterpretações.

É neste contexto dualista que o país ganhou a sua independência.

O legislador comprometeu-se a produzir uma simbiose entre o direito francês e o direito costumeiro. Foi feito um esforço notável no direito da família, mas o pluralismo existe.

O transplante do direito francês sobre o direito Tém resulta na coexistência entre direito costumeiro (direito antigo), o direito muçulmano praticamente assimilado ao direito costumeiro e o direito chamado moderno.

Ainda hoje, 40 anos depois, as populações estudadas (os Tém) não adquiriram o reflexo mecânico de dirigir-se automaticamente ao tribunal em caso de litígio. Os costumes permanecem vivos e o espaço jurisdicional tradicional continua a resolver os litígios entre os cidadãos.

Para tentar entender a diferencia entre o litigante do Togo e a justiça, a incompatibilidade entre o direito positivo de Togo e as realidade socioculturais, o autor realizou uma análise dos diferentes níveis de inadequação entre o direito chamado moderno e o direito dos Tém através de uma análise das razões do pluralismo jurídico, do exame das interferências ou representações simbólicas dos sistemas de direito envolvidos e a identificação dos mecanismos jurídicos de assimilação.